Não pretendo aqui desenvolver uma tese sobre os modelos de carreiras que devam ser oferecidos pelas empresas, mas sim sugerir ações e processos simples que possam auxiliar profissionais e empresas na administração da carreira profissional.
Até hoje, ouvi centenas de vezes afirmações contraditórias a respeito da responsabilidade da empresa em oferecer um plano de carreira. Por um lado, temos aqueles que acreditam profundamente que a carreira profissional é algo particular e que cada um deve administrá-la com competência e individualidade. Por outro lado, temos os que defendem o planejamento dos cargos e carreira por parte da empresa, oferecendo oportunidades iguais e justas para todos chegarem ao que chamaríamos de topo profissional possível.
Chego à conclusão de que todos estão certos e errados, pois suas teses estão fundamentadas em histórias pessoais. Algo aconteceu com sua carreira que foi muito boa ou desastrosa. Alguns executivos olham para o modelo militar ou serviço público e com certo desdém apontam falhas no sistema de carreira. Outros olham para os mesmos sistemas e os consideram justos, atraentes e motivadores.
Parece-me que não há outro motivo para investir tempo e energia nesse tema que não seja atração e retenção de pessoas nas empresas, e isso atualmente todos os empresários e gestores estão muito preocupados porque não tem gente qualificada disponível e as fórmulas "pague-mais-para-trazer" e "dê-aumento-para-não-perder" estão esgotadas.
Recentemente, visitei duas empresas na mesma semana. A primeira, uma multinacional com nome conhecido e de grande porte, reclamava de perder profissionais para empresas e negócios mais jovens, onde o empreendedor consegue oferecer oportunidades e benefícios que ela não pode por ter que seguir políticas globais. A segunda empresa, capital nacional, pequeno porte e jovem, reclamava das grandes empresas que "roubavam" seus talentos com seus pacotes de salários imbatíveis.
Concluo que todos têm o mesmo problema e é exatamente nesse momento que um plano de carreira pode fazer a diferença.
Refiro-me à forma com que as possibilidades de carreira são analisadas, discutidas e transmitidas. Deixar de pensar nisso é contar com a sorte, é deixar de planejar, ouvir pouco e pagar caro demais. Já passou o tempo em que bastava cobrir a oferta ou oferecer uma promoção para o "talento" não ir embora. Quando "ele" decide ir é porque o concorrente discutiu as possibilidades, ouviu seus desejos e ofereceu oportunidades imediatas e futuras. Infelizmente, quem perdeu, na melhor das hipóteses, fará isso com outro profissional, pois esse já se foi.
Fonte: http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/plano-de-carreira-qual-a-aplicacao/61240/. Acesso em 17/02/2012.
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